quinta-feira, 26 de agosto de 2010

FUNCIONÁRIOS DO SAMU FAZEM AULAS DE LIBRAS


Surdez é o nome mais comum dado à impossibilidade ou dificuldade de ouvir.
Tente imaginar-se como uma criança surda. Seria como se você estivesse num país no qual não entendesse o idioma. A comunicação entre as pessoas se tornaria difícil.
É de maneira semelhante que o surdo enfrenta suas dificuldades para expressar seus desejos e sentimentos no dia-a-dia.
A LIBRAS, Língua Brasileiras de Sinais, é a língua utilizada por pessoas surdas para se comunicarem. É considerada a língua materna dos surdos. Constitui de gestos e expressões faciais. Estas línguas, porque a LIBRAS não é universal cada país possui a sua, são comparáveis em complexidade e expressividade a quaisquer línguas orais. As línguas expressam ideias sutis, complexas e abstratas. Todas as Línguas de Sinais aumentam seu vocabulário com novos sinais introduzidos pelas comunidades surdas e em resposta às mudanças culturais.
Em Joinville, há cerca de 14 mil surdos. Destes, 5 concluíram o nível superior e 2 estão em fase de conclusão e há, aproximadamente, 10 interpretes nesta cidade. Você pode se perguntar, mas onde estão eles se dificilmente os vemos por ai? Quando você encontra uma pessoa cega, você logo a identifica como tal, o mesmo acontece quando você encontra um cadeirante, você percebe no mesmo instante que ele é portador de deficiências físicas. Mas como identificar um surdo? Provavelmente você já esbarrou com vários deles, mas nunca teve, sequer, a noção de que essa pessoa era surda. Você já parou para pensar nas dificuldades encontradas por essas pessoas? O simples fato de ir a uma loja para comprar uma camisa se torna o maior dos desafios, imagine sofrer um acidente ou necessitar ir a uma consulta médica. Coisas que para nós ouvintes são uma rotina, para eles se torna um constrangimento.
Eu, sinceramente, nunca tinha parado para pensar nessas dificuldades, até que uma professora surda nos contou sua história e ilustrou uma situação que, para nós mulheres, é rotineira, a ida ao ginecologista. É uma situação rotineira, mas para muitas é constrangedora, imagina para uma pessoa surda, além do constrangimento perante o médico ainda tem que levar um interprete, porque nossos médicos e profissionais de saúde não estão preparados para atender essas pessoas.
A LIBRAS deveria fazer parte da grade curricular de nossas escolas e, principalmente, das faculdades relacionadas à área de saúde. Somente quando você conhece esse mundo, diferente do nosso, você vê o quanto é necessário nós aprendermos essa língua, para diminuirmos a barreira existente entre esses dois mundos.
Tendo em vista diminuir as dificuldades encontradas e cumprindo uma Lei Federal onde se obriga os órgãos públicos a possuírem pessoas capacitadas para atender essas pessoas, a Secretaria Municipal de Saúde, disponibilizou a seus funcionários, um curso básico em Libras, direcionado especificamente para a área da saúde. O curso tem duração de 60 horas e teve seu início em julho deste ano e se estenderá até dezembro sendo realizado no SESI, situado na Rua Ministro Calógeras. Participam deste curso, dois funcionários do SAMU.
O SAMU, por ser um serviço de urgência e emergência, tendo que atender a comunidade em geral, sentiu a necessidade de preparar seus funcionários para atender da melhor maneira possível a essas pessoas que, eventualmente, poderão necessitar de nossos serviços.







Nadja Andressa Martinovicz
Técnica em Enfermagem

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